A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deu mais um passo em direção ao leilão do 5G no Brasil, que vai definir a divisão do espectro de banda da conectividade móvel de quinta geração entre operadoras e é passo essencial na adoção da tecnologia no país. De acordo com o jornal Folha de São Paulo, a novidade é uma proposta de regras feita pela área técnica do órgão.
O documento define as regras para participação de fabricantes no oferecimento de estrutura para o 5G sem qualquer tipo de restrição às fabricantes interessadas. Ou seja, a chinesa Huawei, ao menos por enquanto e segundo a Anatel, não estaria impedida de ser contratada para a instalação de equipamentos.
Entretanto, isso não significa uma vitória definitiva para a companhia, já que a Anatel não enxerga esse como um papel da agência. Por isso, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), ainda pode interferir na escolha a partir de um decreto. Atualmente, o governo está mais inclinado a não permitir a entrada da Huawei no processo de implementação do 5G, mas conversas com a Anatel e o ministro das Comunicações, Fábio Faria, estão em andamento sobre o assunto. Operadoras que atuam no país se manifestaram contra um possível banimento.
Relembrando
Por um lado, a Huawei é a líder mundial em infraestrutura e marca que mais registrou patentes de tecnologias sem fio em 2020, incluindo no 5G. Ela também garante que realiza o serviço a um preço muito menor que as concorrentes, especialmente porque o banimento da chinesa implicaria na desinstalação de equipamentos da empresa já existentes em redes 3G e 4G.
Por outro, o governo de Donald Trump nos Estados Unidos acusa a Huawei de espionagem governamental utilizando a estrutura de tecnologia, ainda sem apresentar provas concretas. O país pressiona aliados políticos e comerciais a seguirem pelo mesmo caminho, o que inclui o Brasil. O vice-presidente, Hamilton Mourão, o ministro da Economia, Paulo Guedes, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e até a concorrente Ericsson já manifestaram apoio à presença da Huawei nas negociações.
O leilão do 5G deve acontecer no primeiro semestre de 2021, mas ainda enfrenta outros problemas, como o caso da interferência do sinal de parabólicas.